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Quarta-Feira, 04 de Janeiro de 2023
POR: Equipe Valle
Lula chegou com espírito de revanche, diz Mourão
Política

Candidato a líder da oposição, ex-vice vê três Poderes como culpados por suspeitas de golpismo militar.

 

Vice-presidente de 2019 e 2022, o general Hamilton Mourão diz que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “chegou com espírito de revanche e sem entender que venceu uma eleição no photochart, portanto sem um apoio francamente majoritário”.

 
Desde que assumiu no domingo (1º), Lula promove um inédito desmonte de decretos que caracterizaram a gestão de Jair Bolsonaro (PL), como as regras que facilitavam o acesso a armas, e também medidas de última hora, como a que tirava R$ 5,8 bilhões da arrecadação federal.
 
Já a metáfora usada por Mourão com a técnica usada para definir vencedores em corridas apertadas de cavalos se refere aos 50,9% atingidos por Lula no segundo turno em outubro, ante 49,1% do então presidente.
 
 
Respondendo a questões enviadas pela Folha por WhatsApp, ele afirmou que sua avaliação se dá por “atos e palavras”. “Está na hora de compreender o país que precisam governar, despindo seus preconceitos políticos, econômicos e ideológicos”, afirmou.
 
No sábado (31), Mourão fez um pronunciamento em rede nacional no qual defendeu o legado do governo, mas onde também deixou uma série de recados.
 
O mais polêmico foi uma defesa das Forças Armadas, a quem viu “pagar a conta” de insinuações golpistas que não atribuiu com todas as letras a Bolsonaro, mas que assim foi lido pelo mundo político.
 

“Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criassem um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e para outros por fomentar um pretenso golpe”, disse então.

 

Foi criticado por bolsonaro que pedem um golpe conta Lula na frente de quartéis e por dois filhos do ex-presidente: o deputado Eduardo citou máscaras caindo e o vereador Carlos o chamou de “bosta”.

 

Questionado sobre a quem se dirigia, Mourão não deu nomes, mas ampliou o escopo e incluiu uma autocrítica.

 

“Ao longo dos últimos anos, os ânimos se exaltaram com as omissões do Legislativo, as decisões enviesadas do Judiciário e com nós mesmos no Executivo deixando de esclarecer bem nossas posições”, afirmou.

 
“Isso jogou para o colo das Forças Armadas, em particular do Exército, uma pressão descabida. As pessoas precisam compreender que decisões do passado não servem para o presente”, disse ele, que negou ter conversado com o Alto-Comando das Forças sobre a defesa que fez.
 
 
“Julguei que era minha responsabilidade chamar a pressão para mim.”