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Segunda-Feira, 20 de Novembro de 2017
POR: Equipe Valle
Marceneiro e dois cunhados denunciam que ficaram cinco dias presos injustamente: 'Trauma'
Erros judiciários do País

O marceneiro Odeir Rodrigues Sales, de 25 anos, denuncia que ele e dois cunhados ficaram cinco dias presos injustamente. Segundo o jovem, eles foram detidos pelo roubo de um celular em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, e alegam não ter cometido o crime, pois estavam na igreja. O trio só foi solto após determinação da Justiça.

 

"É um trauma. Foi muita injustiça, deviam ter escutado a gente. Vou correr atrás dos meus direitos. Nós não fizemos nada. Nossos filhos até adoeceram porque viram os policiais prendendo a gente", desabafa Odeir.

 

O pesadelo da família começou no último domingo (12). Odeir conta que ele e mais quatro parentes saíram por volta das 7h de casa, no Setor Independência Mansões, para a igreja no Setor Cidade Livre. Assim que voltaram para a residência, às 11h, eles já foram abordados por equipes da Polícia Militar e um homem que acusou a família de roubar, com uso de arma, a mulher dele no Setor Ipiranga.

 

De acordo com Odair, ninguém resistiu e, inclusive, autorizaram os policiais a revistarem a casa, mas não encontraram o celular roubado nem o revólver que foi usado no crime.

 

“Eles perguntaram de quem era o carro e já me algemaram. Falaram que a gente tinha roubado a esposa do cara, a gente deu permissão pra entrar e procurar, mas não acharam nada. Nós não fizemos nada”, afirma Odair.

 

O carro da família também foi apreendido. Para o marceneiro, o automóvel reforça que não foram eles que cometeram o assalto. "Meu carro é um Fiat Uno branco de duas portas e levava cinco pessoas. O carro dos assaltantes é do mesmo modelo, mas no depoimento a vítima disse que era de quatro portas e estavam três pessoas", detalhou.

 

Além de Odeir, os policiais prenderam o desenhista Willian Oliveira dos Santos, de 33 anos, e a ajudante de marceneiro Larissa Oliveira da Silva, de 25. Eles foram levados para o 4º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia. Segundo o marceneiro, ele não conseguiu se defender.

 

“O escrivão nem quis me ouvir, me chamou a todo o momento de ladrão e me xingou porque disse que eu era ladrão e estava mentindo”, relata Odeir.

 

Odeir e Willian ficaram presos no 4º DP. Já Larissa foi levada para o 14º DP, em Goiânia onde há carceragem feminina.

 

Alvará de soltura

 

A audiência de custódia só ocorreu na quinta-feira (16), quando a juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães ordenou que eles fossem soltos. Na sessão, o advogado do trio expôs provas que mostram onde os suspeitos estavam na hora do crime. Entre elas estão fotos da família na igreja.