Investigações dizem que o bebê e a irmã mais velha são frutos de uma relação incestuosa entre a mãe e o avô das crianças. Mulher está presa e o homem morreu ao trocar tiros com os policiais.
Um exame de corpo de delito confirmou que a bebê de dois meses, levada ao hospital pela mãe com marcas de agressão, morreu por politraumatismo, em Campinorte. Segundo a Polícia Civil, a bebê e a irmã mais velha dela são frutos de uma relação incestuosa entre a mãe e o avô das crianças. A mulher está presa e o homem, que também era suspeito, morreu ao trocar tiros com os policiais.
O g1 não conseguiu contato com a defesa da mulher até a última atualização da reportagem. Segundo o delegado Peterson Amin, a princípio, as relações sexuais da mulher com o pai eram consensuais, mas não se sabe desde quando elas aconteciam. A mulher passou por audiência de custódia e a Justiça decidiu mantê-la presa preventivamente.
O delegado afirma que ainda investiga o que pode ter motivado a morte da bebê. Testemunhas ouvidas relataram que a vida da família parecia normal, e que nunca presenciaram agressões contra as duas crianças antes.
A outra menina foi levada pelo Conselho Tutelar para um abrigo.
Entenda o caso.
De acordo com a polícia, a mulher deu entrada em um hospital de Campinorte com a filha de dois meses já sem vida, na madrugada de sexta-feira (29). Ela explicou que a menina tinha engasgado, mas durante exames, os médicos identificaram vários hematomas pelo corpo da bebê. Desconfiados, os médicos acionaram a polícia.
O delegado explicou que uma perícia de corpo de delito foi realizada e concluiu que a bebê morreu por conta de uma ação “externa e contundente”, ou seja, causada por alguém que lhe deu pancadas, golpes ou outro tipo de impacto físico. Prova disso, é que a menina apresentava diversas lesões.
A mulher foi conduzida para a delegacia e, durante depoimento, afirmou à polícia que morava sozinha e acordou com sua filha morta, levando-a ao hospital imediatamente. Mas quando a polícia verificou as imagens de câmeras de segurança do hospital, viu que ela chegou na unidade acompanhada de um homem e de sua filha mais velha. Para a polícia, isso indica que ela não agiu sozinha.
A prisão da mulher aconteceu na tarde de sexta-feira (29). Segundo o delegado, ela foi autuada por crime de feminicídio contra a filha de 2 meses.
Incesto.
Segundo a polícia, ao ser questionada sobre o homem, a mulher mentiu dizendo que ele era primo dela. Mas, após investigações, a polícia descobriu que, na realidade, o homem era pai dela e os dois moravam juntos.
“Durante as oitivas, nós identificamos que esse homem, na verdade, era pai da mulher. E, posteriormente, nós descobrimos que, além de ser pai, eles mantinham um relacionamento amoroso, o que indicava que essa bebê que foi morta seria filha do casal”, detalhou o delegado.
A polícia, então, passou a ouvir outras testemunhas do caso e foi informada de que a mulher e o pai mantinham um relacionamento incestuoso. As investigações também concluíram que a bebê que morreu, e outra filha da mulher, são filhas do avô.
O homem não teve o nome registrado nas certidões das filhas.
Confronto.
Homem suspeito de ajudar a matar bebê de dois meses morreu em confronto com a polícia, em Campinorte, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
A polícia relata ter iniciado buscas pelo homem após a morte da bebê. Ele foi encontrado escondido em uma chácara na zona rural de Campinorte, portando uma arma calibre.22.
Os policiais afirmam que, ao tentar abordar o homem, ele reagiu atirando. Com isso, a equipe atirou de volta e atingiu o suspeito. Ele não resistiu e morreu.
Segundo o delegado, existia um mandado de prisão em aberto contra o homem por um crime de feminicídio praticado na Bahia. A vítima seria a ex-esposa dele.